É consenso que a yoga traz inúmeros benefícios ao sistema músculo esquelético e é uma atividade saudável e estimulante. Entretanto poucos sabem que esta prática milenar está também associada a várias lesões ortopédicas, especialmente em ombros, colunas e joelhos. Por ser uma atividade que leva os ligamentos ao máximo de sua força tensional pode ocorrer estiramentos e até lesões mais severas como hérnias discais, entorses e até rupturas ligamentares.
Segundo o Dr. Diego Vendrusculo, as posições que mais oferecem perigo sobre a coluna, especialmente a cervical, são as invertidas, nas quais há excesso de carga sobre as primeiras vértebras cervicais causando grave estresse sobre os ligamentos e tendões podendo evoluir para lesões graves e até fatais. “Tem sido observado em praticantes da atividade indiana o aumento do número de hérnias cervicais, em sua maioria, e hérnias lombares, principalmente, nas pessoas que não reconhecem os próprios limites e realizam movimentos acima da elasticidade permitida pela coluna vertebral”, explica.
No livro, The Science of yoga (A ciência da yoga), do jornalista norte-americano William Broad, publicado em 2012, ele relata casos frequentes de compressão das artérias vertebrais em decorrência do hipofluxo ocasionado pela posição chamada urdhva dhanurasana, que podem levar de paralisias transitórias a definitivas. “As posturas invertidas, onde o praticante de yoga fica em contato ao solo com apenas uma mão suportando todo o corpo, um movimento destes mal executado pode ocasionar, inclusive, listese cervical (escorregamento ou deslocamento da vértebra para fora do eixo da coluna vertebral)”, declara o doutor.
Dr. Diego Vendrusculo tem testemunhando, em atendimento nos consultórios, mais casos de benéficos do que lesões em praticantes de yoga. “Além de melhorar a qualidade de vida, a atividade favorece a melhora postural, o ganho de alongamento e alivia o estresse e a fadiga muscular. A yoga possui riscos de lesões como qualquer atividade esportiva, mas o grande segredo para evita-los é reconhecer os limites do próprio corpo”, diz.
Por Cássia Borges
Assessora de Comunicação do HOME