A incontinência urinária é caracterizada pela perda involuntária de urina. Em decorrência do problema, muitos pacientes abrem mão do convívio social para evitar constrangimentos. Existem três tipos de incontinência urinária: a de esforço, que ocorre quando o paciente perde urina ao fazer alguma força que aumente a pressão intra-abdominal, como tossir, espirrar ou levantar peso. A incontinência de urgência com perda é causada por uma série de doenças que provocam alteração nas contrações da bexiga. “A pessoa começa a ter contrações involuntárias, a ponto de não conseguir reter a urina”, explica o urologista do HOME, Dr. Wellington Epaminondas. Há também a associação dos dois tipos de incontinência.
O diagnóstico correto é essencial para definir a forma de tratamento, que pode ser fisioterápico, medicamentoso e, em casos mais graves, cirúrgico. Na maioria das vezes, é possível identificar o tipo e o grau da alteração durante a avaliação clínica, quando é feito um histórico do paciente. Há também o exame urodinâmico, que mostra o funcionamento da bexiga. “O importante é fazer avaliação correta antes de pensar em cirurgia”, afirma o urologista.
Epaminondas explica que, quanto mais cedo o paciente procurar orientações médicas, melhor. “Muitos pacientes não procuram tratamento porque acham que a incontinência é algo normal no processo de envelhecimento, o que não é verdade”, explica. O doutor esclarece que muitos jovens também apresentam sintomas.
Atualmente, existem técnicas de cirurgia muito modernas e pouco invasivas. Entre elas, o mini-sling, em que é feita uma incisão com agulha atrás do púbis. Não há cortes no abdômen nem na coxa, o que torna a técnica muito menos agressiva.
Em Agosto, Dr. Epaminondas participou do Workshop Avançado em Reconstrução do Assoalho Pélvico e Cirurgia da Incontinência Urinária Feminina, em Córdoba, Argentina. Durante o encontro, foram abordadas as técnicas para uso do mini-sling e o tratamento de prolapso genital associado à incontinência. O médico explica que quando o paciente tem um prolapso, ocorre protusão de alguns órgãos genito-urinários pela vagina. O mais comum é a bexiga, conhecido como “bexiga caída”. Nesse caso, são realizadas duas cirurgias ao mesmo tempo, colocando uma nova prótese criada, que já está em uso nos Estados Unidos, na Argentina e, no Brasil, foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A prótese, que é colocada por meio de cirurgia vaginal, e é inserida uma tela com agulhas com fixação na musculatura do assoalho pélvico. Essa prótese corrige defeito que chamamos de defeito apical e anterior, que é quando se tem a descida grande do órgão. “Se você faz a cirurgia somente para colocar os órgãos no local, o paciente pode apresentar incontinência. Esses casos devem ser identificados antes da cirurgia, dessa forma, a tela implantada já tem um mini-sling associado, que também faz a correção da incontinência”, explica o médico, que aponta a necessidade de manter atividades físicas para fortalecer a musculatura.
Epaminondas esclarece que a uroginecologia é um ramo da urologia que trata de alterações que afetam o aparelho urinário e ginecológicos, simultaneamente. Geralmente são disfunções do assoalho pélvico. “Muitas vezes, o paciente acaba procurando o ginecologista, pois a ideia que ainda se tem é que urologista é médico apenas de homem”, conta.